PROTAGONISMO ESSENCIAL
Tempos complexos exigem diligência e foco para gestão eficaz da carreira
Se em contextos mais promissores o gerenciamento da carreira requer empenho absoluto e total dedicação, o que dizer da relevância do protagonismo de cada profissional para cuidar de sua trajetória e evolução em conjunturas críticas como as que o Brasil enfrenta neste 2016? Não cair na armadilha do imobilismo nem se deixar contaminar pelo clima de desesperança são atitudes providenciais para sobrepor as dificuldades do momento.
José Augusto Figueiredo, presidente da Lee Hecht Harrison no Brasil e vice-presidente executivo para a América Latina
“A carreira não é uma estrada linear, mas um conjunto de ciclos que, ao longo da jornada, constroem a trajetória. Vivemos no país uma conjuntura política e econômica bastante desfavorável, com instabilidades que afetam a vida das empresas e das pessoas. O contexto mostra-se imponderável e pede maior resiliência e tolerância, com atenção redobrada a aprendizados que podem ser úteis para o percurso e no amanhã. É preciso compreender o caráter transitório das contingências e ter clareza quanto ao que se busca mais adiante, trabalhando na construção do caminho. No processo de gerenciamento da carreira, conhecer os próprios valores, as motivações e o repertório de competências, identificando organizações e formas de atuação que se afinem com seu modo de enxergar o mundo, constitui um exercício permanente. No alinhamento entre a identidade da organização e a do indivíduo reside a sensação de felicidade e realização que todos almejam e, nessa perspectiva, não se podem esquecer o legado que deixamos e os saberes compartilhados, que dão maior significado à nossa existência.”
Joel Dutra, professor livre-docente da FEA/USP e coordenador do PROGEP/FIA
“Assim como 2015, este será um ano complicado, no qual o efeito cumulativo do desemprego intensificará a sensação de piora da situação geral. Ainda que o período seguinte tenda a ser menos crítico, a prudência recomenda que os brasileiros se preparem para mais dois anos de dificuldades até o retorno do crescimento, a partir de 2018. Um aspecto positivo está no fato de a crise ser conjuntural e não estrutural. Passada a tormenta, retomam-se as perspectivas de evolução em vários setores, embora haja aqueles que continuarão enfrentando grandes desafios. Nesse cenário, a gestão da carreira demanda maior diligência, protagonismo e atitude proativa em busca de diferenciação e vantagem competitiva. Empregado ou em busca de recolocação, jovem ou em idade mais avançada, é importante evitar a posição de vítima, pois isso reforça a inércia. Lidar com as restrições do presente sem colocar em risco o amanhã tem sido a lógica das empresas que querem estar na dianteira no pós-crise – um raciocínio útil e inspirador também para as pessoas, evitando a armadilha do imobilismo que compromete o futuro.”