CONARH 2014: o protagonismo de quem faz a história da gestão de pessoas no Brasil

Os presidentes Luiz Trabuco (à esq.), do Bradesco, e Cledorvino Belini, do Grupo Fiat
Os presidentes Luiz Trabuco (à esq.), do Bradesco, e Cledorvino Belini, do Grupo Fiat

Muitas foram as histórias contatas e vividas nos quatro dias de duração do CONARH 2014, o quadragésimo Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas realizado pela ABRH entre os dias 18 a 21 de agosto, em São Paulo. Uma profusão de temas mobilizou os profissionais da área, a começar pela palestra magna de abertura, que trouxe as conclusões do Fórum de Presidentes, iniciativa atrelada ao CONARH e que reuniu 120 mandatários de empresas às vésperas do evento para discutir os desafios urgentes da gestão empresarial.
Mediados por Vicky Bloch, Luiz Carlos Trabuco Cappi, do Bradesco, e Cledorvino Belini, do Grupo Fiat, foram os presidentes destacados para trazer ao público os resultados do Fórum, dando a medida do ceticismo dos dirigentes das organizações quanto às perspectivas para os próximos doze meses.

Se a grande maioria (95,7%) acredita que o ambiente macroeconômico internacional não apresentará grandes variações, mais de 70% têm a percepção de que, no Brasil, a situação tende a piorar – e desses, 13,2% engrossam as fileiras dos mais pessimistas, apostando em um agravamento maior.
E o que eles esperam quanto ao PIB em 2014? Belini crava a nomenclatura que melhor designa a expectativa de todos: um “pibinho”. O número dos que aguardam um índice igual ou inferior a 1% chega a 86,2%.
Entre os maiores entraves para acelerar a competitividade das empresas, os presidentes destacaram o cenário macroeconômico (26,7%), seguido por custos tributários (24,4%) e infraestrutura (13,3%). Custos trabalhistas e a qualidade do capital humano ficaram com 12,2% cada, enquanto modelo de gestão responde por 1,1%.

O Brasil vai conseguir enriquecer antes de envelhecer?
Esse foi um ponto levantado por Trabuco, para quem o crescimento abaixo de 1% não faz jus ao potencial do país. Na opinião do presidente do Bradesco, o próximo governo, seja ele qual for, precisa estar fortemente comprometido com a questão do crescimento, dando cabo e vez da ideia de que o Brasil é o país de um futuro que nunca chega.
O PIB atual traz inquietação e cautela, mas tanto Belini quanto Trabuco concordam: nenhum empresário quer ficar fora do país, dada a potencialidade dos diversos bônus existentes – demográfico, de infraestrutura, do mercado interno.
O levantamento realizado durante o Fórum de Presidentes também indagou sobre as expectativas para os próximos cinco anos. Quase 40% acreditam que suas organizações apresentarão desempenho excepcional, e 58,1% esperam um patamar mediano. Apenas pouco mais de 2% enxergam uma situação mais sombria, definida como um desempenho sofrível.

Gestão & Pessoas
Composto por dirigentes de um mix de empresas de diferentes setores, com realidades distintas, o Fórum de Presidentes brindou a abertura do CONARH com dados inquietantes. Quase 60% consideram que o modelo de gestão de suas organizações não atende as necessidades atuais. Quando indagados sobre o futuro, a adequação cai para 40%. Só 12,1% afirmam que seus executivos dispõem das competências requeridas, ao passo que 82,4% admitem que eles estejam apenas parcialmente preparados.
Quanto à agregação de valor do RH para a competitividade da empresa, a distância entre a percepção e a expectativa dos dirigentes impõe um enorme desafio para os profissionais da área. Se 80,5% esperam uma contribuição alta, apenas 27,6% enxergam que obtêm essa contrapartida, dando a medida do quanto ainda há por caminhar.

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