REVOLUÇÃO PERMANENTE
Os desafios de transformação da cultura organizacional
Reinventar-se vem sendo um convite cada vez mais frequente no cotidiano das empresas diante das rápidas e profundas alterações do mercado, da sociedade, das relações de consumo e do modo de viver e fazer negócios. A capacidade de reagir e quebrar paradigmas, reavaliando crenças, valores e modelos, é dinâmica essencial para se manter competitivo, com uma cultura pronta a abraçar e construir o novo.
Claudio Costa, diretor corporativo de Gestão de Pessoas do Grupo EcoRodovias
“A necessidade de se reinventar sempre esteve presente na vida das pessoas e das empresas. A diferença, agora, é que a velocidade do processo é muito maior, e a recente trajetória da EcoRodovias ilustra bem isso. De um grupo homogêneo, com 2 mil colaboradores e focado na concessão de rodovias, enveredamos nos últimos cinco anos para uma realidade de diversificação, acoplando negócios logísticos que fizeram triplicar o número de funcionários e trouxeram grande aprendizado, além do desafio de harmonizar as diferentes culturas. O cenário, no entanto, mudou. As alterações conjunturais decorrentes da crise econômica, institucional e política instaurada no país nos últimos tempos exigiram novo posicionamento. Ainda que diversificar permaneça um objetivo no longo termo, a opção estratégica adotada envolve o desinvestimento na parte logística e a venda desses ativos no curto prazo, o que modifica a realidade da empresa e traz impactos para sua cultura, requerendo mais uma vez o esforço e a coragem da reinvenção.”
André D’Oro, diretor de Desenvolvimento Organizacional da Bematech
“O modo de vida atual tem provocado grandes transformações nas empresas, instadas a ser mais dinâmicas, flexíveis e abertas ao aprendizado. Exigentes e engajados, os clientes internos e externos elevaram o diálogo a um novo patamar. A dinâmica dos negócios também provoca alterações profundas, assim como aspectos conjunturais da economia do país. Em seus 25 anos de atividades, a Bematech empreendeu várias mudanças, atualizando seu posicionamento e sua cultura, mas sempre dentro de uma perspectiva sustentável e alinhada ao planejamento de médio e longo prazo. Cinco fatores são primordiais nessa jornada: as pessoas, as redes de contato e informação, os processos, a estrutura e a cultura em si, com suas crenças, normas, papéis formais e informais. É preciso ter um olhar amplo para efetivar alinhamentos que permitam a absorção do novo, dentro de bases mais perenes e ancorados por valores sólidos. Caso contrário, cria-se a síndrome da mudança repetitiva, uma resposta reativa e momentânea que sobrecarrega os indivíduos e não agrega valor.”
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